CARDIOMIOPATIA DILATADA EM CÃO: REVISÃO DE LITERATURA
Data
2020-12
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Editor
Fafram
Resumo
A Cardiomiopatia dilatada (CMD) é uma doença primária crônica e insidiosa de alta
morbidade e mortalidade entre as afecções cardiológicas que acometem os cães. Apesar de
muito estudada, permanece como afecção idiopática e representa desafio diagnóstico pois
pode permanecer oculta por vários anos. O presente estudo consiste em uma revisão de
literatura sobre CMD com o objetivo de destacar os seus principais aspectos, diagnóstico e
tratamento. CMD é caracterizada por dilatação das câmaras cardíacas, principalmente
ventrículo esquerdo, porém todas as câmaras podem estar dilatadas por remodelamento em
resposta à disfunção sistólica. A deficiência de contratilidade do miocárdio resulta na
diminuição do débito cardíaco e consequente hipoperfusão tecidual que aciona mecanismos
compensatórios, como a ativação do sistema renina-angiotensinogênio-aldosterona (SRAA),
para a retenção de volume. A progressão da doença leva à insuficiência cardíaca congestiva
(ICC), e esta é fator de sobrevida diminuída em pacientes com CMD. A afecção apresenta
maior prevalência entre raças grandes e gigantes, e acomete mais cães machos. Entretanto
raças médias, como Cocker Spaniel, Buldogue e Schnauzer são acometidas. O
comportamento diferente da CMD entre as diversas raças e a descoberta de genes associados
à afecção sugerem um componente genético, embora nem todas as suas causas sejam
esclarecidas. A doença se apresenta de duas formas, denominadas estágio oculto (subdividido
em fase I, sem sinais clínicos e alterações em exames e fase II, com alterações em exames) e
estágio evidente, com sinais como fraqueza, síncope, dispneia, ascite, efusão pleural, entre
outros. Na fase II, o exame físico pode detectar taquicardias ou sopro leves; no
eletrocardiograma podem ser observados taquiarritmia ventricular e complexos ventriculares
prematuros e no ecocardiograma o aumento do ventrículo é percebido, destacando assim a
importância dos exames clínicos de rotina. O tratamento inclui inibidores da enzima
conversora de angiotensinogênio (iECA) como enalapril ou benazepril e agentes inotrópicos,
como o pimobendam. Animais tratados ainda no estágio inicial da doença apresentam melhor
prognóstico, que em geral é ruim, sobretudo em algumas raças como Dobermanns Pinschers e
Dogues Alemães. No manejo da doença é fundamental que o médico veterinário conheça bem
a fisiopatologia da CMD, as ferramentas diagnósticas e os recursos terapêuticos disponíveis
para garantir melhor qualidade de vida e sobrevida maior ao paciente acometido
Descrição
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
à Faculdade Doutor Francisco Maeda.
Fundação Educacional de Ituverava, como
requisito para a obtenção do título de Bacharel
em Medicina Veterinária
Palavras-chave
Cardiologia., Cães, Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)., Taquiarritmias