IMPACTO DA MÃO DE OBRA NA EFICIÊNCIA DA ORDENHA E NA QUALIDADE DE LEITE TIPO B
Data
2020-12
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Editor
Fafram
Resumo
Na pecuária leiteira a qualificação da mão de obra é essencial para garantir produtividade,
qualidade e bem-estar animal, características desejáveis deste importante setor do agronegócio
brasileiro que busca atender um mercado consumidor cada vez mais crítico quanto às questões
ambientais e aos padrões éticos de criação animal. Desta forma, este trabalho teve por
objetivo analisar o impacto da mão de obra na eficiência de ordenha e na qualidade do leite
tipo B produzido em uma propriedade estruturada de acordo com os critérios de bem-estar
animal e localizada no município de Passos, MG, no período de junho a outubro de 2020. Foi
avaliado o desempenho de duas equipes de trabalho da propriedade: equipe “A”, com
experiência de três anos (registro de dados do mês de junho) e equipe “B”, recém-admitida na
empresa (registro de dados dos meses de setembro e outubro), sendo que as avaliações de “A”
foram comparadas com as de “B” do mês de setembro e de outubro, separadamente.
Compararam-se os seguintes dados entre as duas equipes: número de vacas ordenhadas por
hora; tempo total de ordenha; grau de sujidade de filtro de mangueira de ordenhadeira e a
qualidade do leite quanto a alguns parâmetros: contagem bacteriana total (CBT), células
somáticas (CCS) e percentuais de gordura e proteínas. Também foram verificados os graus de
sujidade de tetos e úberes, onde escores de 1 a 4 foram utilizados para ambas as avaliações,
sendo 1= limpo e 4= muito sujo. Estes dados, coletados semanalmente, por 4 semanas
testaram a eficiência dos procedimentos sanitários apenas de “B”, pois foram realizados
quando “A” não compunha mais o quadro de colaboradores da empresa. Escore de sujidade
de ponta de peito 1 foi encontrado com a frequência de 8% e 25% na primeira e quarta
semanas, respectivamente; enquanto escore 4 diminuiu de 28% para 16% nesse mesmo
intervalo, refletindo melhor aptidão da equipe com o tempo de treinamento. Considerando a
sujidade de úbere, chama atenção o crescente aumento de escore 1 entre as semanas 2, 3, e 4,
demonstrando melhora neste aspecto. Em relação à comparação das duas equipes, os
resultados mostraram que o número de vacas ordenhadas por hora foi maior para “A”, com
variações percentuais que chegaram a 50% (23º dia), com média de variação percentual de
21,72% e 23, 59% em relação aos dados de “B” de setembro e de outubro, respectivamente.
A média do tempo total de ordenha foi de 129 minutos para “A” e 157 minutos (em setembro)
e 158 (em outubro) para “B”. Em relação à composição do leite, as médias de gordura e
proteína entre as duas equipes foi semelhante, assim como a contagem de células somáticas.
Entretanto, a média de CBT foi maior para “A” (32.10³) do que para “B” (8.10³). Na semana 4
(outubro), “B” registrou CBT= 405.10³ resultando em perda de lucratividade por diminuição
da remuneração por litro de leite. “A” apresentou os melhores escores de sujidade de filtro de
mangueira. Foi observado aumento de 22,5% de escore 1 para “B” entre o primeiro e o
segundo mês de trabalho da equipe. Mediante os resultados encontrados, conclui-se que a
pecuária é uma atividade que depende da qualificação de mão de obra e que quando se alinha
saúde animal, capacitação de pessoas, eficiência dos processos de ordenha e qualidade do
leite, os resultados se padronizam e a produtividade e lucratividade da propriedade podem
crescer.
Descrição
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
à Fundação Educacional de Ituverava -
Faculdade Doutor Francisco Maeda, como
requisito para a obtenção do título de Bacharel
em Medicina Veterinária.
Palavras-chave
Bem-estar animal, Equipe Qualificada, Ordenha