AZOTEMIA IDIOPÁTICA EM CÃO PORTADOR DE HIDROCEFALIA E CERATOCONJUNTIVITE SECA CONGÊNITOS – RELATO DE CASO
Data
2019-12
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
FAFRAM
Resumo
A azotemia é caracterizada pelo aumento sérico de ureia e creatinina, estando mais
relacionada às afecções renais, entretanto, causas pré renais ou pós renais podem estar
envolvidas. Independentemente da causa, as toxinas urêmicas no sangue conduzem a um
quadro de intoxicação endógena denominado uremia. Entre os vários distúrbios sistêmicos
observados, destacam-se os gastrointestinais. Seu tratamento consiste basicamente em dieta
com baixa ingestão de proteínas e sódio, elevados teores de fibras e reposição hídrica. A
hidrocefalia é uma afecção congênita ou adquirida que pode ocorrer por patologias virais no
feto em desenvolvimento, distocias no parto ou processos instalados após o nascimento e
apresenta prognóstico reservado a ruim. É definida como acúmulo excessivo de líquido
cefalorraquidiano (LCR) no sistema ventricular do cérebro. Cães, equinos e bovinos estão
entre as espécies mais acometidas e, entre os caninos é mais frequente nas raças miniaturas,
braquicefálicas, citando-se: Poodle miniatura, Chihuahua, Yorkshire Terrier, Lhasa Apso e
Boston Terrier. Os sinais clínicos são variáveis, podendo ocorrer: depressão, deficiência
visual, disfunção motora, demência, incapacidade para domesticação e aprendizado,
agressividade, comportamento irritadiço e convulsões. O tratamento pode ser cirúrgico
(válvulas para drenar o excesso de líquido) ou clínico de acordo com os sinais clínicos
exibidos. O nanismo, condição caracterizada pela baixa estatura, é decorrente de disfunção da
hipófise que resulta em deficiência do hormônio do crescimento (GH), ocorre por causas
hereditárias ou adquiridas e não tem tratamento efetivo na espécie canina. A
ceratoconjuntivite seca (CCS) caracteriza-se por diminuição da porção aquosa da lágrima e
acarreta vários distúrbios secundários nos olhos, entre eles: secreção mucosa, conjuntivite,
blefarite, ulceração de córnea e cegueira por perda de transparência da córnea. Seu tratamento
consiste, principalmente, em colírios que lubrificam o olho, mimetizando a lágrima. Este
trabalho relata o caso de um canino macho, da raça Yorkshire (atualmente com seis anos de
idade) que apresenta elevados níveis séricos de ureia sem apresentar quadro de uremia
concomitante, histórico de convulsões, ceratoconjuntivite seca, hidrocefalia e suspeita de
nanismo congênito. Foi tratado com dieta constituída por elevados teores de fibra e
carboidratos e baixos teores de sódio e proteína, além de reposição hídrica e fenobarbital (1,5
mg/Kg) e colírios lubrificantes. Infere-se que este animal apresente azotemia idiopática, por
não haver comprometimento renal ou outra afecção sistêmica detectada que possa acarretar
uremia e, devido aos protocolos de tratamentos instituídos, entre os quais se destaca a dieta, o
animal encontra-se atualmente saudável. As várias afecções exibidas por este cão parecem
não estar correlacionadas, exceto as convulsões e a hidrocefalia. Entretanto, indica-se que este
caso continue sendo acompanhado e novos exames realizados para maiores esclarecimentos
em relação ao nanismo
Descrição
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
Faculdade Doutor Francisco Maeda. Fundação
Educacional de Ituverava para obtenção do título
de Bacharel em Medicina Veterinária
Palavras-chave
Afecção renal, Dieta, Uremia, Ureia